O Yahoo Finanças procurou Ellen Giese - enxadrista e Diretora de Xadrez
Feminino da Federação de
Xadrez do Estado do Rio de Janeiro para entender um pouco mais sobre a aplicação de habilidades desenvolvidas pela prática do jogo de xadrez sobre pontos específicos para ser bem sucedido no trabalho. Confira:
Encare sua
carreira como um jogo de xadrez
As jogadas de raciocínio e estratégia
do xadrez podem também ser usadas na vida profissional. entenda como funciona
essa relação
Por Sayonara
Salvioli | Yahoo! Contributor Network – 22 horas
atrás
Você sabe quem são Wilhelm Steinitz,
Alexander Alekhine, Garry Kasparov ou Viswanathan Anand e o que têm em comum?
Não importando o seu século ou a nacionalidade, todos esses nomes têm no
currículo vitórias históricas em campeonatos de xadrez. Bom, isso já é motivo
para a nossa admiração. Mas, acredite: a conquista desses campeonatos
provavelmente veio também de outro talento: a arte de saber administrar a
própria carreira.
Sim, uma coisa tem relação com a outra: é possível relacionar regras do xadrez à questão da evolução no trabalho. Como não? Certas características dos jogadores de xadrez podem ser determinantes na vida profissional.
Sim, uma coisa tem relação com a outra: é possível relacionar regras do xadrez à questão da evolução no trabalho. Como não? Certas características dos jogadores de xadrez podem ser determinantes na vida profissional.
Para que você entenda melhor como isso possível,
o Yahoo! entrevistou Ellen Giese - enxadrista e Diretora de Xadrez Feminino da Federação de Xadrez do Estado do Rio
de Janeiro. A jogadora campeã destacou quatro atributos que ela
considera fundamentais num enxadrista, atributos esses que - uma vez aplicados
à vida profissional - podem concorrer para o sucesso nos mais diversos campos
de atuação.
Foco e concentração
Ellen relacionou em primeiro lugar a
questão do foco. Para ela - ao se deparar com as muitas nuances
(possibilidades, alternativas, caminhos) dos tabuleiros - é preciso que o
jogador saiba escolher um plano de ação e o conduza de maneira adequada, por
meio do desenvolvimento de suas peças. Para a enxadrista, a segunda qualidade
seria a capacidade de concentração.
De acordo com a sua visão sob esse
prisma - diferente do foco na partida -, o jogador dever manter a atenção
constante no seu jogo (ao longo de seu andamento) sem se deixar levar por
agentes que desviem sua atenção durante a condução das jogadas. Assim é que,
também na vida profissional, é preciso traçar um plano de metas (foco) e seguir
a rota delineada sem distrações (concentração), independentemente dos acidentes
de percurso. O quer que apareça pelo caminho não poderá tornar vulnerável -
abalado, influenciado - o profissional; tal como o jogador, ele deverá estar
atento e imune às surpresas cotidianas - e predisposto a adaptar-se, claro,
quando as circunstâncias assim o exigirem.
Criatividade
Ellen Giese também falou sobre a
importância primordial - para um jogador de xadrez e para um profissional - do
exercício da criatividade:
"Existem centenas e centenas de
livros de xadrez e vários softwares - como Fritz, Houdini, Rybka e Chessbase -
que podem auxiliar o jogador em seus treinos e decisões durante a partida.
Porém, o diferencial de um grande mestre neste esporte está na capacidade
criativa de encontrar soluções inusitadas - inteiramente novas - que 'exclamem
duas', como dizemos no meio enxadrístico, ou seja, que surpreendam o adversário
sem uma garantia evidente".
Ousadia/
Vencendo o medo de arriscar
Para Ellen, o jogador de xadrez também
precisa ter coragem para jogar gambitos (partidas em que nos primeiros lances o
jogador cede um peão de vantagem para o seu oponente) e realizar sacrifícios de
peças ou posicionais. "Muitas vezes estas sequências são primordiais para
o sucesso da partida, mas alguns jogadores fracassam pelo medo de ceder uma
vantagem inicial", explica. Portanto, além de ser destemido no jogo da vida
no trabalho, o profissional precisa saber perder aqui e ali, no início,
apostando em possibilidades futuras de outros progressos e vantagens.
O que dizem os coachs de carreira
De acordo com Pedro Eduardo Rodrigues -
coach, consultor de carreira e autor do blog Dicas do Coach -, as composições
do xadrez envolvem ciência e arte, além de estratégia, tática e sorte. Para o
especialista, metaforicamente, o profissional deve encarar seu plano de
carreira como o tabuleiro. "Para chegar ao xeque-mate da sua carreira,
você tem que ter todos esses conhecimentos em harmonia", complementa.
Ainda segundo Rodrigues, para dominar o
que poderia ser chamado de a "ciência de sua carreira", o
profissional deve estar sempre atualizado sobre as tendências, estudos e novas
pesquisas envolvendo sua área de atuação e outras relacionadas.
Já o quesito arte, segundo o consultor,
refere-se em tese a uma questão de instinto, a algo como "dar asas à
criatividade". Este dom de imaginação ampliada, processo ou arte na
condução da profissão torna-se uma marca própria, uma espécie de selo pessoal
que ninguém poderá substituir.
Definições
de tática e estratégia
A enxadrista Ellen Giese esclarece a
diferença básica entre o jogador estratégico e o jogador tático. Segundo ela, o
estratégico é aquele que conduz a partida em ritmo lento, procurando uma
posição melhor para suas peças até que domine a partida com tranquilidade. O
jogador tático, por sua vez, sugere movimentos agressivos desde o primeiro
lance da abertura, até mesmo sacrificando as próprias peças para alcançar um
final definitivo a seu favor.
Questionada sobre qual seria o perfil
de jogador ideal, a enxadrista realçou: "É aquele que consegue unir
características dos dois tipos". Confirmando essa ideia de evolução
gradual para o sentido de estratégia, o consultor, coach e estrategista
multidisciplinar Roberto Madruga destaca que "o ser humano consegue prever
riscos e gargalos no futuro para o seu sucesso. Dessa forma, criar estratégias
para sua carreira é pensar em longo prazo, aproveitando oportunidades e
evitando ameaças".
Madruga explica que o xadrez, por não
ser um jogo de curta duração, necessita de uma série de estratégias para que o
jogador seja bem-sucedido. "De forma semelhante, o profissional que deseja
sucesso na construção de sua carreira necessita de uma série de ingredientes
para saber competir e vencer o jogo", compara.
Segundo Roberto Madruga, além do
approach da estratégia, existem quatro outras lições dos campeões de xadrez que
podem ser seguidas e aplicadas, em âmbito empresarial para a condução de
carreiras, independentemente da profissão exercida. Veja quais são esses
ensinamentos e como eles devem ser trabalhados, de acordo com o especialista:
- Paciência: Quem deseja se desenvolver nas organizações deve entender que o tempo
de abertura de oportunidades de promoção geralmente é mais lento do que a
vontade de crescimento do profissional;
- Disciplina: O jogador de xadrez precisa seguir as regras preestabelecidas, do
contrário será desclassificando, perdendo a partida. A disciplina o fará
persistir e dar o melhor de si;
- Visão sistêmica: Visualizar que cada jogada feita no tabuleiro terá repercussões em
todo o jogo é dever de todos que querem construir a vitória. Pensar
sistemicamente é uma forma de "abrir a mente" para novas oportunidades;
- Persistência: Jogadores de xadrez às vezes ficam dias ou semanas para vencer uma
partida. A persistência é a arma dos vitoriosos enquanto que a desmotivação é a
bengala dos perdedores.
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